Há algumas semanas escrevemos sobre o programa de “parole”, que é uma entrada provisória nos EUA com autorização de trabalho, lançado inicialmente em outubro de 2022 para venezuelanos e depois estendido em janeiro de 2023 para incluir cubanos, nicaraguenses e haitianos.
Segundo as regras do programa, até 30.000 pessoas de cada um desses países são elegíveis para esta entrada humanitária todos os meses, o que lhes dá direito a trabalhar nos EUA por dois anos. Em contrapartida, qualquer pessoa destes países que tente cruzar a fronteira ilegalmente, é devolvida ao México e não tem chance de pedir asilo.
Ocorre que desde que o programa iniciou, uma indústria clandestina tem se formado para fraudar os aplicantes.
Uma das condições para poder solicitar o programa de parole temporária é ter um patrocinador (sponsor) nos EUA. Esses apoiadores, geralmente parentes próximos, são obrigados a fornecer apoio financeiro por pelo menos dois anos.
Isto motivou pessoas inescrupulosas a se oferecerem como patrocinadores destes estrangeiros, apresentando-se como sponsors e colocando anúncios ou postagens em redes sociais cobrando entre US$ 8.000 e US$ 10.000.
A cobrança de valores para ser sponsor já seria ilegal. Mas a fraude é maior do que isso.
Estes supostos patrocinadores pedem um adiantamento do dinheiro para fazer a papelada do estrangeiro e depois que recebem o valor, simplesmente desaparecem.
Para convencer o estrangeiro a enviar os recursos de antemão, os fraudadores dizem que possuem parentes no país do estrangeiro e que se não der certo o processo, eles devolvem a quantia. Pura mentira.
Há relatos até de estrangeiro que receberam supostos documentos de viagem para os EUA, para depois descobrirem serem falsos, não servindo para nada.
É lamentável que no momento de maior vulnerabilidade de uma pessoa, o ser humano mostra seu pior lado.
Convém ressaltar que não é qualquer pessoa que pode ser sponsor. Este deve estar legalizado nos EUA e provar que possui renda suficiente para patrocinar o estrangeiro.
Além disso, há casos em que familiares legalizados na América simplesmente não qualificam ou não querem se envolver na possível legalização de um parente estrangeiro, o que acaba motivando o estrangeiro a procurar alternativas.
Acima de tudo, é importante alertar o público para ter cautela, sempre desconfiar de promessas que parecem muito vantajosas e nunca, mas nunca mesmo enviar recursos financeiros a pessoas desconhecidas, só assim essas fraudes serão combatidas.
A informação contida neste artigo constitui mera informação legal genérica e não deve ser entendida como aconselhamento legal para situações fáticas concretas e específicas. Se você precisa de aconselhamento legal, consulte sempre um advogado licenciado e membro da organização de classe (The Bar) do Estado onde você reside.