A Copa 2022 tem 137 atletas que jogam em países diferentes de onde eles nasceram. Marrocos possui mais jogadores “estrangeiros” (14) do que marroquinos (12).

Lembra quando os craques da nossa seleção jogavam nos times brasileiros?

Há tempos que a base da seleção nacional é formada por atletas radicados no exterior. Cada vez mais jovens, eles são recrutados por clubes estrangeiros de expressão, que bancam o custo financeiro de trazer um atleta para outro país.

Seria muito mais caro trazer o atleta consagrado do que o jovem, o que acaba desconfigurando a identidade do jogador brasileiro, pois ele sai muito cedo do Brasil, acabando por se identificar mais com o país onde vive e joga, mesmo que ainda tenha a cidadania brasileira.

A imigração para fins de futebol é real. Vários atletas brasileiros já defenderam outros países. Pepe (Portugal), Jorginho (Itália) e Giovani (México) são exemplos disto.

Mas o exemplo mais humano de todos é o de atletas que, por uma sequência de eventos da vida, acabaram fugindo da pobreza ou da perseguição, acabando por se consagrar em países ricos, ainda que sujeitos a patente discriminação, como as histórias de Mario Balotelli (Itália) e de Romelu Lukaku (Bélgica), cuja família fugiu do Congo.

Lukaku, nasceu em Antuérpia e era Belga de nascimento. Fluente em oito línguas, é um exemplo de atleta, física e tecnicamente. Ainda assim, diz ele que:

“Quando as coisas corriam bem, eu lia os artigos de jornal e eles me chamavam de Romelu Lukaku, o atacante belga. Quando as coisas não corriam bem, eles me chamavam de Romelu Lukaku, o atacante belga descendente de congoleses.”

Uma pena.

O crescimento de estrangeiros em outras seleções resultará em situações inusitadas, como a ocorrida na primeira semana da copa.

Breel Embolo, atacante da Suíça, fez o gol da vitória contra Camarões, naquele que talvez seja o momento mais importante de uma carreira futebolística: marcar um gol em uma Copa do Mundo.

Embolo ficou inerte, contrariado. Não comemorou, em respeito a Camarões, seu país de nascimento. O esportista cumpriu sua parte e jogou pelo seu time. O homem, mostrou sua honra e respeito não só a Camarões, mas a todas as nações.

Que futebol e imigração vivam em harmonia, contribuindo para um mundo melhor.

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