O presidente Trump divulgou que os Estados Unidos oferecerão o Gold Visa, que servirá como substituto para o visto EB-5, prevendo um investimento mínimo de US$ 5 milhões para obter residência nos EUA. Esta modalidade de visto de investimento seria um dos mais caros do mundo.
A expectativa é que 135.000 milionários optem pelo Gold Visa. Mas a pergunta que fica é: por que um multi-milionário, que possui 5 milhões de dólares para “comprar” uma residência permanente nos EUA, faria isso se o país possui tributação elevada?
Eis o ponto.
Embora os detalhes permaneçam obscuros, a proposta mudaria radicalmente o caminho de residência nos EUA para os ricos globais, que atualmente têm que navegar por uma colcha de retalhos de programas com restrições rígidas para permanecer no país, o atualmente chamado EB-5.
Este novo visto também marcaria uma grande mudança tributária potencial para os ricos globais que vivem nos EUA, abrindo uma nova brecha para os portadores de cartão ouro.
Atualmente, cidadãos dos EUA, residentes permanentes e portadores de green card são obrigados a pagar imposto de renda sobre seus ganhos nos EUA, bem como qualquer renda que ganhem no exterior, incluindo em seu país de origem.
O imposto dos EUA sobre renda mundial tornou tradicionalmente a residência ou cidadania nos EUA muito menos atraente para os ricos globais, com negócios espalhados pelo mundo e frequentemente abrigados em paraísos fiscais.
A princípio, os portadores do Gold Visa não estariam sujeitos a impostos sobre sua renda no exterior. A provisão significa que estes “investidores” poderão comprar um benefício fiscal não disponível para cidadãos dos EUA, o que acabaria criando classes duplas de contribuintes entre os ricos americanos, estabelecendo até um tratamento desfavorável a americanos em benefício dos estrangeiros, o que, certamente, poderá ser questionado na Justiça.
O governo não forneceu mais detalhes sobre o projeto do Gold Visa, nem um cronograma de sua implantação ou requisitos mais específicos. Make America Gold Again?
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