Não passou despercebido aqui em Orlando. Nem na Flórida, nem nos USA, e nem no mundo inteiro!
Flaviane Carvalho, brasileira que vive nos USA, salvou a vida de um menino. Mas isso você já sabe, porque saiu no jornal, na internet e no horário nobre da TV do mundo todo.
O que você não sabe é que ela salvou a vida de muitas crianças!
Rafaela, Dr. Walter Santos e Flaviane
Agindo de forma altruísta e corajosa, nossa super-herói assumiu a responsabilidade e deu o exemplo para todos nós de como cada um pode sim fazer a diferença. E que diferença!
Vendo a narrativa do histórico dos abusos contra a vítima salva, você se questiona: que futuro teria uma criança dessa? Privada de alimentação, amor, carinho e atenção, além de ser agredida de forma absurda, covarde e inimaginável, eram grandes as chances de que o final da história deste menino fosse ainda mais trágico do que ele já passou até hoje.
As crianças são o maior patrimônio da humanidade. Representam nosso futuro, a perpetuação da espécie, nossa própria sobrevivência. Não há nada que nós não façamos por elas.
Um crime contra elas é o pior deles, pois é um crime contra todos nós. Inescapavelmente.
Salvar uma criança é preservar uma bondade inocente, autêntica, espontânea, de alguém que um dia ocupará nosso lugar.
Lembro-me do livro The Catcher in the Rye, de J.D. Salinger, onde o personagem principal, perguntado sobre o que queria fazer de sua vida, disse imaginar um campo de centeio encravado no alto de um abismo, cheio de crianças correndo e brincando. Ele diz que queria para sempre proteger as crianças de caírem do campo, apanhando-as se se esgueirassem à beira do abismo, para recolocá-las no campo e continuarem a brincar eternamente.
Em paráfrase de Arnaldo Godoy, “era o apanhador no campo de centeio, dedicando-se aos outros, dando-se, com o mero pedido de troca de não ser importunado com a mediocridade, a ignorância e o lugar-comum”.
Nossa super-herói fez justamente isso. Abandonou o lugar comum, sem se importunar com a mediocridade e indiferença da sociedade que se recusa a olhar para o mundo real, porque está mais preocupada em olhar para o mundo virtual. Sem se importunar com a ignorância daqueles que cometem um dos crimes mais covardes, ela chamou para si a responsabilidade, assumiu todos os riscos, e com a serenidade e eutimia que uma verdadeira mãe tem dentro de si, doou-se para salvar uma vida hoje, dando o exemplo de como muitas ainda serão salvas daqui pra frente.
Orgulho de Flaviane. Nossa super-herói.
