É triste ver que colegas advogados que fizeram um juramento para observar a lei e proteger os interesses de seus clientes (leigos), acabam tirando vantagem em cima das pessoas.

Você lerá abaixo casos reais de imigrantes lesados pelos seus próprios advogados. Que isto sirva de exemplo para que o leitor não caia na mesma enganação.

Renovação de green card de casamento de dois para dez anos: em um caso onde o casal aplica junto para renovar o green card e depois o relacionamento termina, antes da aprovação do green card permanente, o que fazer. Um escritório diz a seus clientes que eles devem fazer uma nova aplicação de waiver, com um novo formulário de renovação, assim, cobrando novamente os honorários do cliente. O problema é que isso não é necessário, conforme orientação do próprio USCIS. Ao fazer isso, o advogado impõe ao cliente um ônus que não deveria existir.

Extensões de status retroativas: tem um escritório dizendo a todos os clientes que, se eles ficaram fora de status, poderão fazer o pedido de extensão retroativo. Isso existe se o estrangeiro está fora de status por poucos meses, mas não mais de um ano. Estratégia que outrora serviu na pandemia, agora não funciona. O advogado sabe disso, mas continua adoçando o ouvido de seus clientes (ou vítimas?). Para se ter uma ideia, isso significaria que ninguém nunca mais ficaria ilegal, pois sempre poderia pedir extensão retroativa. Cuidado!

EB-2 NIW: infelizmente, muitos casos são feitos com documentos falsos e sem o conhecimento do estrangeiro. Se descoberto, isso implica na inadmissibilidade permanente do imigrante, que não poderá entrar nos Estados Unidos sequer a turismo. Sempre veja seu processo inteiro de EB-2 NIW antes dele ser enviado para a imigração.

Deferred action (Ação diferida): outro dia passou um cliente com um processo de ação diferida negado, pelo qual ele pagou US$ 5.000. Um processo desses possui pouquíssima chance de aprovação e o valor cobrado é absolutamente incompatível com isso, que mesmo se aprovado, seria por apenas um ano.

Trabalhadores religiosos e green card (EB-4): em fevereiro circulou um vídeo sobre trabalhadores religiosos ilegais e a possibilidade de legalização, sob o título “Funcionários de instituição religiosa podem pedir green card mesmo SEM STATUS!”. O vídeo publicado por uma advogada foi retirado do ar e continha falsas promessas de que o trabalhador religioso podia receber green card mesmo tendo ficado fora de status e independente do tempo que ficou fora de status. Absurdo!

Compra de imóvel e green card: esta proposta agitou a comunidade e teve gente que já pagou pela entrada do processo. Isso vai contra o sistema normativo atual e, jamais, teve alguém que reconhecidamente imigrou com base na compra de imóvel (não vale ator pago para falar isso!). Desconfiem desse tipo de fala ou como costumo dizer, acreditem no que quiserem, mas não reclamem depois que não foram avisados.

Boa sorte na selva imigratória, cheia de predadores.

A informação contida neste artigo constitui mera informação legal genérica e não deve ser entendida como aconselhamento legal para situações fáticas concretas e específicas. Se você precisa de aconselhamento legal, consulte sempre um advogado licenciado e membro da organização de classe (The Bar) do Estado onde você reside.